Viúva de Jorge de Sena doou espólio do escritor à Biblioteca Nacional

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O ministro apela às famílias dos escritores recentemente falecidos para entregarem os seus espólios à Biblioteca Nacional Rui Gaudêncio

O ministro da Cultura, António José Pinto Ribeiro, anunciou hoje que a viúva de Jorge de Sena vai entregar o espólio do escritor à Biblioteca Nacional de Portugal.

Pinto Ribeiro referiu, a este propósito, a recente doação do espólio do escritor José Cardoso Pires. "Tanto no caso do espólio de Cardoso Pires como no de Jorge de Sena foram transmissões integrais, doações, e logo gratuitas", explicou o ministro que sublinhou "a compreensão por parte dos herdeiros da noção de preservação da documentação, sobretudo do valor bibliográfico e cultural que é extraordinário, ao entregar à Biblioteca Nacional". "Gostaria de realçar este gesto e agradecer publicamente", frisou o ministro.

O governante fez ainda um apelo às famílias dos escritores Dinis Machado e António Alçada Baptista, recentemente falecidos, para entregarem os seus espólios à Biblioteca Nacional no sentido da sua melhor preservação.

Pinto Ribeiro falava na cerimónia de apresentação dos documentos autógrafos de Fernando Pessoa adquiridos ao abrigo do direito de preferência, após o leilão do passado 13 de Novembro.

Esta aquisição, no valor de 159.538 euros, contou com o apoio mecenático da empresa Redes Energéticas Nacionais (REN). O ministro explicou o apoio "não só porque a situação financeira não é de maior desafogo" mas também porque o ministério defende "o envolvimento da sociedade civil e das empresas".

Segundo Pinto Ribeiro, os herdeiros manifestaram desde sempre a vontade que o Estado exercesse o direito de preferência e chegou a projectar-se um acordo, antes do leilão, que não foi concluído "porque houve demoras e delongas". Dadas estas delongas decidiu-se pela classificação como património nacional, o que aconteceu pela primeira vez relativamente ao espólio de um escritor.

O Estado adquiriu os 14 lotes de documentos, aqueles que foram indicados pela Biblioteca Nacional, que assegurou tudo o que tivesse valor bibliográfico ficasse na posse estatal. O ministro e o director da Biblioteca, Jorge Couto, não afastaram a possibilidade do Estado se interessar no futuro nos 12 lotes que não foram rematados.

Jorge Couto referiu, por sua vez, que toda a documentação pessoana está já a ser tratada e digitalizada, estando disponível na Internet, no portal da BNP e também no European Library.

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