A Fronteira do Amanhecer

Philippe Garrel filma sempre com grande rigor, mas as suas obras padecem sempre de alguma complacência, centradas numa cinefilia filtrada e auto-suficiente.

"A Fronteira do Amanhecer" não constitui excepção a uma certa secura de processos, embora revele, dentro da exploração de um universo contíguo ao Expressionismo Alemão, uma rara segurança no manejo de um preto-e-branco contrastado, abordando a temática do amor louco de matizes surrealistas. A história do modelo fantasmático, instrumentalizado pelo artista, possui inegável força, mas dispersa-se por efeitos fotográficos que enfraquecem o resultado pretendido.

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