Ministério da Cultura vai rever portaria que “desmembra” Convento de Cristo

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O conjunto integra integra o castelo, o convento, a cerca, a ermida e o aqueduto Nuno Ferreira Santos (arquivo)

O Ministério da Cultura está a rever a portaria que “desmembrou” o conjunto arquitectónico do Convento de Cristo, em Tomar, estando a “equacionar a possibilidade” de o monumento “voltar a ser tratado de forma integrada, como um único conjunto monumental”.

A decisão do Ministério da Cultura foi comunicada à deputada Luísa Mesquita, eleita pelo círculo de Santarém, na sequência de um requerimento que esta entregou na Assembleia da República.

Luísa Mesquita lembrava que, na sequência da publicação da portaria 1130, em 20 de Dezembro de 2007, “inúmeros cidadãos e cidadãs da região de Santarém” assinaram uma petição manifestando “discordância pelo facto de o referido diploma ter desmembrado um Conjunto Arquitectónico classificado como Património da Humanidade, conhecido como Convento de Cristo em Tomar e que integra o Castelo, o Convento, a Cerca, a Ermida e o Aqueduto”.

“Consideram os peticionantes que é exactamente a unidade da diversidade arquitectónica deste Conjunto que sustenta o seu reconhecimento e valorização mundiais e que a decisão do Governo representa ‘um retrocesso cultural e da política de gestão deste património, até à situação anterior a 1875’”, escreveu a deputada no requerimento endereçado aos ministérios da Cultura e das Finanças.

Luísa Mesquita vai dar algum tempo

Luísa Mesquita disse hoje à Lusa que a resposta do Ministério da Cultura veio dar razão às preocupações manifestadas por si e pelos subscritores da petição, reconhecendo implicitamente que a medida adoptada, “exclusivamente de natureza financeira, foi um erro”.

No seu entender, a preocupação de distribuir por várias entidades os diversos elementos que constituem o conjunto arquitectónico do Convento de Cristo teve por fim reduzir custos da esfera da administração central.

Congratulando-se com a intenção manifestada de rever a portaria, Luísa Mesquita adiantou que vai dar “algum tempo”, mas que em breve vai questionar de novo o ministério para saber se de facto alterou a legislação.

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