Em Bruges

Tudo parece estar já feito, a nível do "thriller", como macro-género dominante no cinema contemporâneo. A novidade em "Em Bruges" passa por duas vertentes principais: por um lado, o tom quase paródico a inserir na acção personagens complexamente divertidas, e, por outro, o cuidado extremo com o grafismo estilizado da violência, quase uma BD franco-belga, com a transcendente beleza de Bruges, a Veneza do norte, em pano de fundo.

Os diálogos de uma excessiva crueza conferem à ficção um registo onírico, algures entre a caricatura de outros universos mais "sérios" ("Aquele Inverno em Veneza", de Nicholas Roeg, embora seja um referente algo distante) e um enorme prazer de filmar um filme dentro do filme. Colin Farrell mostra-se excelente no vilão arrependido, ao lado de um Ralph Fiennes estereotipado, como convém. Uma boa surpresa.

Sugerir correcção
Comentar