Comédia de costumes

Trata-se, provavelmente, do último filme de Éric Rohmer, empenhado no prazer de filmar como se mais nada interessasse, nem o texto de partida (um romance do século XVII), nem o texto de chegada: um conto moral, em que o desejo transforma tudo, regras de género e relações entre as personagens.

Pedir a Rohmer que faça "moderno" constituiria um absurdo. O que se espera desta comédia de costumes, como sempre trabalhando a palavra com requinte e inteligência, é este esplendor de "surpreender", apesar de tudo, esta coerência de conceber o cinema como representação dentro das representações. Estranho, mas belíssimo.

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