Houdini

O título português sugere um "biopic" mas não é bem isso. Antes a história do encontro entre Harry Houdini, durante uma digressão pelo Reino Unido pouco tempo antes de morrer, e um par de videntes charlatãs (mãe e filha) que vêem nele um desafio - se Houdini é o maior de todos os ilusionistas, enganá-lo será o maior dos feitos.

Houdini é Guy Pearce, a charlatãadulta é Catherine Zeta-Jones, e estásemesmo a ver que a coisa se vaicomplicar até por causa de coisas docoração. O tema é curioso, mas aaustraliana Gillian Armstrong, quenos anos 90 realizou umas muitodecentes "Mulherzinhas", já viumelhores dias, e o seu filme nuncasai de uma modorra académica,antiquada e arrumadinha, muitoprópria de um telefilme bocejante.

Nem as cenas mais espectaculares -as das "fugas" de Houdini - fazemacontecer alguma coisa digna denota, ainda por cima é por elas quese vai insinuando a (pobre) retóricavisual que a pouco e pouco conduz ofilme para o território do"melodrama psicanalítico", ouenfim, do seu "ersatz", porque nãoexiste nem talento nem fôlego para mais.

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