Apito Dourado: Comissão Disciplinar da Liga devolve caso de Vizela e Gondomar à FPF

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O Gondomar e o Vizela são suspeitos de manipulação de resultados na época 2003/04 Rui Gaudêncio

A Comissão Disciplinar da Liga de clubes devolveu hoje os processos do Vizela e do Gondomar no âmbito do processo Apito Dourado para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por considerar-se "incompetente" para julgar o caso.

Numa reunião plenária, a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) declarou-se "incompetente para proferir decisão final nos processos disciplinares" relativos aos clubes Vizela e ao Gondomar, ao dirigente vizelenses Benjamim Castro e aos ex-dirigentes gondomarenses Joaquim Castro Neves e José Luís Oliveira, antigo presidente do clube.

A comissão considera "competente para o efeito o Conselho de Disciplina da FPF", pelo que decidiu reenviar para o órgão federativo o caso decorrente do processo judicial Apito Dourado, sobre corrupção e troca de influências no futebol português.

A 9 de Junho, a Comissão Disciplinar da FPF tinha decidido enviar para o órgão disciplinar da Liga o processo dos dois clubes, por estes estarem actualmente a actuar na Liga de Honra, apesar de os factos remontarem a 2003/04, época em que alinhavam na II Divisão.

Porém, a comissão considera que "a competência jurídico disciplinar da decisão final cabe ao Conselho de Disciplina da FPF", por serem "relativos a infracções praticadas pelos agentes desportivos nas competições organizadas pela FPF à data da prática dos factos".

O Gondomar, investigado por factos em 22 jogos, e o Vizela, com um, são suspeitos de manipulação de resultados na época 2003/04, altura em que estavam sob alçada disciplinar da FPF.

No mesmo dia em que o Conselho de Disciplina da FPF enviou para a Liga os casos do Gondomar e do Vizela, foram, no âmbito dos 40 processos analisados, castigados 26 árbitros, incluindo o juiz de primeiro escalão Rui Silva, suspenso por 20 meses, por falsificação de relatório.

O processo, que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português, foi desencadeado a 20 de Abril de 2004 com a detenção para interrogatório de vários dirigentes e árbitros de futebol.

Os 24 arguidos no processo principal do Apito Dourado, entre os quais Valentim Loureiro, antigo presidente da Liga e do Boavista e actual presidente da Câmara de Gondomar, e José Luís Oliveira, vice-presidente da autarquia, começaram a ser julgados no mês de Fevereiro, no Tribunal de Gondomar.

Nesse mesmo mês, o Conselho de Disciplina instaurou um novo processo a 12 árbitros, por indícios de corrupção em jogos oficiais.

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