Angel

Laborioso e maneirista, sempre a fingir que é outra coisa, um olho no "clássico" e outro na sua "leitura", à espera de agradar a gregos e a troianos. "Angel" é como a norma do cinema de Ozon, parece falso e soa a oco. Até o gesto: tinha que fazer (é um costume dos cineastas franceses, de Truffaut a Ferran) o seu filme inglês, e tinha que ser (faz parte do mesmo costume) numa envolvência literária.

Ozon tem talento dramático, semdúvida, sabe puxar pelos cordelinhosnarrativos que compõem aquilo a quetradicionalmente se chama "umahistória bem contada" - perguntamonosé por que razão tem de encharcaresse talento (melhor servido seco) emarrebiques estilísticos, um rococó demexer com os nervos, sem ponta denecessidade nem pingo desinceridade. Pegar ou largar, comcerteza: mas como em "O Tempo queResta" com Poupaud, aqui pegamosna protagonista (Romola Garay) elargamos.

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