Washington: Papa encontrou-se de surpresa com vítimas de abusos sexuais

Foto
O Papa já dera conta da sua vergonha face ao enorme escândalo protagonizado por membros do clero norte-americano ao iniciar, na terça-feira Max Rossi/Reuters

O Papa Bento XVI encontrou-se em Washington com "um pequeno grupo de pessoas que foram abusadas sexualmente por membros do clero", anunciou o porta-voz do Vaticano, em comunicado.

O encontro teve ontem lugar na capela da nunciatura apostólica em Washington, onde está instalado o Papa durante a sua visita à capital federal norte-americana.

O grupo, acompanhado pelo arcebispo de Boston, o cardeal Sean O´Malley, rezou com o Papa "que escutou depois os seus relatos pessoais e lhes ofereceu palavras de encorajamento e de esperança", indica o comunicado. Bento XVI "garantiu-lhes que rezaria por eles, pelas suas famílias e por todas as vítimas de abusos sexuais", acrescenta o texto.

O encontro durou 20 a 25 minutos, precisou depois o padre Lombardi. O arcebispo de Boston entregou ao Papa um livro contendo a lista de mil vítimas da sua diocese. Cinco adultos, homens e mulheres, faziam parte da delegação.

O Papa já dera conta da sua "vergonha" face ao enorme escândalo protagonizado por membros do clero norte-americano ao iniciar, na terça-feira, a sua primeira viagem a este país.

A Igreja Católica dos EUA foi abalada por este escândalo depois da confissão em 2002 do arcebispo de Boston na época, o cardeal Bernard Law, que admitiu ter protegido um padre que agredira sexualmente jovens católicos, o que desencadeou uma série de revelações embaraçosas e uma onda de denúncias.

O cardeal Law foi substituído pelo arcebispo de Boston em 2003, por ordem de João Paulo II. Até ao momento foi o único alto prelado norte-americano que foi afastado das suas funções.

Quarta-feira, dirigindo-se aos bispos norte-americanos no terceiro dia da sua viagem aos Estados Unidos, Bento XVI reconheceu que o caso havia sido "por vezes muito mal gerido" e defendeu "a compaixão e a atenção às vítimas". Denunciou também os "costumes sexuais" da sociedade americana que constituem, segundo ele, o "contexto" deste escândalo.

Sugerir correcção
Comentar