Estudo liga pílula contraceptiva a risco de cancro do colo do útero

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Este é o primeiro estudo a relacionar os riscos com o tempo de consumo da pílula Nelson Garrido/PÚBLICO (arquivo)

A pílula contraceptiva aumenta o risco de desenvolver cancro do colo do útero, um perigo que diminui quando as mulheres deixam de a tomar, revela um estudo hoje publicado na revista médica britânica The Lancet.

De acordo com a investigação, desenvolvida por especialistas internacionais liderados pela Universidade de Oxford, o risco é maior se as mulheres tomarem a pílula durante um largo período de tempo.

Contudo, se deixarem de tomar o contraceptivo oral durante dez anos, o risco diminui drasticamente, é como se nunca tivessem tomado a pílula.

Estudos anteriores chegaram a associar a pílula a um maior risco de cancro da mama e a uma diminuição do risco de cancro nos ovários e no colo do útero.

Os investigadores analisaram mais de 50 mil mulheres - 16573 com cancro do colo do útero e 35509 sem a doença - que tinham participado em 24 estudos epidemiológicos em todo o mundo.

Esta não é a primeira vez que os especialistas encontram uma ligação entre a pílula e o cancro do colo do útero, mas até agora não estava clara a relação com o período de tempo.

De acordo com a investigação, no caso do Reino Unido, o risco de desenvolver esse cancro em mulheres que nunca tomaram o contraceptivo corresponde a uma média de 3,8 em mil, mas aumenta para 4 entre mil para as que tomaram a pílula durante cinco anos e para 4,5 em mil para quem a tomou durante dez anos.

A investigadora que conduziu o estudo, Jane Green, da unidade de epidemiologia da organização Cancer Research, com base na Universidade de Oxford, salientou, porém, que a pílula continua a ser um dos contraceptivos mais eficazes.

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