Mais de um milhar de pessoas assistiram esta manhã na Sé Catedral de Castelo Branco à missa de corpo presente de nove das 15 vítimas mortais do acidente de segunda-feira à noite na A23.

A missa, que muitos dos presentes tiveram de acompanhar no exterior da Sé, contou com a participação do Orfeão de Castelo Branco onde estudavam as 15 vítimas – três homens e 12 mulheres – que seguiam no autocarro da Câmara Municipal envolvido numa colisão com um veículo ligeiro.

Na homilia, o vigário geral da diocese de Portalegre e Castelo Branco, Lúcio Alves, lembrou as consequências do acidente, exortando à responsabilidade e cuidado dos automobilistas. "Todos nós que conduzimos ao volante seremos certamente mais responsáveis, mais atentos e salvaremos mais vidas", afirmou.

Dirigindo-se aos familiares dos falecidos mas também aos feridos que permanecem internados – 18 em Castelo Branco e um em Santarém –, Lúcio Alves disse que a forma como a comunidade reagiu ao acidente constitui "uma lição para todos".

"Têm melhores condições para estar vivos. Temos a experiência de que dependemos uns dos outros, ficamos mais humanizados para participar na vida com responsabilidade", sublinhou.

"Estar preparados para viver é a melhor homenagem que podemos prestar nesta hora de despedida", acrescentou.

No final da cerimónia, numa curta declaração aos jornalistas, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse ter-se deslocado a Castelo Branco em nome do Governo para transmitir "uma palavra de pêsames e solidariedade" às vítimas e familiares.

"Vim transmitir também uma palavra de saudação a todos quantos participaram nas operações de resgate. O plano de emergência da A23 funcionou de forma excelente, todos os serviços envolvidos deram o seu melhor", disse Rui Pereira.

Já o autarca de Castelo Branco, Joaquim Morão, sublinhou que a cidade está de luto, destacando a presença "em peso" dos habitantes nas cerimónias fúnebres. "É muito importante esta solidariedade demonstrada pelos albicastrenses", disse.

Após a cerimónia religiosa na Sé Catedral, oito corpos foram a enterrar no cemitério de Castelo Branco, estando agendado outro funeral para Abrantes, pelas 16h00 de hoje.

Uma das vítimas, cuja urna esteve prevista ser velada na Sé Catedral, acabou por seguir directamente para Penamacor, ao início da manhã, onde foi a enterrar.

Já foram realizados 13 dos 15 funerais das vítimas mortais do acidente, faltando as duas vítimas que faleceram no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, cujos corpos apenas hoje deverão chegar a Castelo Branco. Ontem à tarde realizaram-se os funerais de três mulheres falecidas no acidente, em Cebolais de Cima, arredores de Castelo Branco, Janeiro de Cima (Fundão) e Rosmaninhal (Idanha-a-Nova).