Língua azul: mais de 2600 animais morreram em pouco mais de um mês
Mais de 2600 animais morreram em Portugal em pouco mais de um mês por causa da doença da língua azul, informou hoje o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
Até às 12h00 de hoje, havia 429 explorações pecuárias sob suspeita de infecção com aquela doença, que afecta ovelhas e outros animais "ruminantes domésticos e selvagens", refere um comunicado do ministério.
As explorações sob suspeita concentram 86.459 animais, dos quais 3461 estão afectados e 2620 morreram desde que foi confirmado o primeiro foco de língua azul em Portugal, no dia 21 do mês passado, em Barrancos.
A doença, que não se transmite aos seres humanos, "tem progredido, quer através do aumento do número de explorações afectadas, quer através do aumento da área geográfica afectada".
Os concelhos de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo, do Algarve e alguns na região centro estão sob controlo e sujeitos a restrições.
O comunicado refere ainda que a vacina para a variante da doença que afecta Portugal está "em fase de testes" e deverá estar disponível "muito em breve".
O ministro da Agricultura, Jaime Silva, anunciou que o Governo vai apoiar os produtores pecuários atingidos pelo problema, pagando "entre 55 e cem euros" por cada animal morto.
Os apoios para indemnizar os produtores pela mortalidade causada pelo serótipo 1 da doença, segundo Jaime Silva, destinam-se às explorações onde "os animais estão identificados e que foram já objecto das medidas de 2004 relativamente ao serótipo 4" da doença.