Escritor israelita Amos Oz recebe Prémio Príncipe das Astúrias de Letras

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Amos Oz DR

O escritor israelita Amos Oz foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias na categoria de Letras, anunciou hoje o júri do galardão em Oviedo.

Tido como um dos escritores israelitas mais empenhados numa saída pacífica para o conflito israelo-palestiniano, Oz dedicou grande parte da sua obra (no romance e no ensaio) à luta dos dois povos vizinhos.

Chegaram às últimas rondas de votações a romancista canadiana Margaret Atwood, o poeta sul-coreano Ko Un e o escrito italiano Antonio Tabucchi. Entre as candidaturas iniciais constavam ainda Haruki Murakami, Martin Amis, António Gamoneda, Germán Belli de la Torre, Fernando del Paso, Cees Nooteboom, Edward Albee e Arturo Pérez Reverte.

Com esta distinção, Amos Oz recebe 50 mil euros e uma estátua desenhada por Joan Miró.

Este é o quarto Prémio Príncipe das Astúrias anunciado este ano, depois das distinções de Al Gore (Cooperação Internacional), Bob Dylan (Artes), Ginés Morata e Peter Lawrence (Investigação Científica e Técnica).

O norte-americano Paul Auster foi o último escritor a receber o Prémio Príncipe das Astúrias na categoria de Letras.

O escritor e professor Amos Oz nasceu em 1939, numa Jerusalém administrada pela Grã-Bretanha. Aos 15 anos foi viver para um Kibutz. Estudou Filosofia e Letras na Universidade Hebraica de Jerusalém. Tem dividido o tempo entre as facetas de escritor e professor.

Aclamado pela crítica como um dos principais escritores da narrativa hebraica, a sua obra foi traduzida em mais de 30 línguas.

Para Manuel Alberto Valente, que publica Amos Oz em Portugal, o autor tem dado uma perspectiva muito importante sobre os dilemas e contradições de Israel.

Em declarações à Lusa, Manuel Alberto Valente afirma que Oz é "uma das grandes figuras da literatura universal" e aquilo que caracteriza a sua obra de romancista é "uma posição de grande humanismo".

O prémio espanhol reconhece, segundo o director-geral da Asa, uma figura de primeiro plano da sociedade israelita. "A sua obra traça um panorama fabuloso do povo de Israel e de todas as suas contradições e Amos Oz condenou sempre os fundamentalismos e fatalismos de um lado e do outro do conflito", reforçou o responsável.

A Asa tem editadas em Portugal as obras "A Terceira Condição", "Não Chames à Noite Noite", "Uma Pantera na Cave", "O Meu Michael", "O Mesmo Mar" e a mais recente "Uma História de Amor e Trevas".

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