Estudos comparativos da Ota com Alcochete satisfazem autarcas da margem sul

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Alcochete confina com o estuário do Tejo Rui Gaudêncio/PÚBLICO (arquivo)

O presidente da Câmara de Alcochete, Luís Franco, elogiou hoje a decisão do Governo de fazer estudos comparativos sobre a Ota e o Campo de Tiro de Alcochete para a localização do novo aeroporto, mas advertiu que é necessário “um trabalho credível”.

Mostrando-se “satisfeito” com a decisão do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, de promover um estudo comparativo entre a Ota e o Campo de Tiro de Alcochete, Luís Franco (PCP) sublinhou à Lusa ser preciso que essas declarações “tenham subjacente uma intenção de realizar um estudo sério e credível”.

“É preciso que o processo seja transparente para que, depois de estar na posse de todos os elementos necessários (sobre a Ota e Campo de Tiro de Alcochete), se possa decidir, e decidir com mérito, em função do interesse nacional”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, Alfredo Monteiro, considera que a decisão do Governo foi “um passo positivo que corresponde ao que a margem sul tem defendido sobre o novo aeroporto”.

“A escolha da Ota para o novo aeroporto, com base no argumento de que se trata de uma zona de maior concentração (populacional) é um modelo errado”, disse Alfredo Monteiro, contrapondo o que considera serem as vantagens da opção pela margem sul.

Quercus pede estudo de “Portela mais um”

A eventual escolha do Campo de Tiro de Alcochete não é muito bem vista pela associação ambientalista Quercus, que considera tratar-se de uma solução que poderá ter “implicações relevantes em termos ambientais”, pelo facto de estar confrontada, a Norte e a Sul, com uma zona de Protecção Especial da Rede Natura 2000 e por estar próxima do estuário do Tejo.

O presidente da Quercus, Hélder Spínola, reconhece, no entanto, que se trata de uma alternativa que deve ser estudada pelo governo.

“Achamos que se deve avaliar esta possibilidade do Campo de Tiro de Alcochete, mas lamentamos que até ao momento o Governo não tivesse mostrado a mesma disponibilidade para responder ao repto da Quercus para discutir a necessidade de um novo aeroporto”, disse.

“Mas também entendemos que não faz sentido avançar com estes estudos sem provar primeiro que a opção 'Portela mais um' não é válida, tendo em conta que está para breve a abertura do novo aeroporto de Beja e a possibilidade de se fazer uma melhor utilização do aeroporto Francisco Sá Carneiro (no Porto) para os voos internacionais”, disse.

Além da Ota e Poceirão, o estudo encomendado pelo presidente da CIP (Confederação da Indústria Portuguesa), Francisco Van Zeller, e que foi elaborado por 16 professores universitários sob coordenação do ex-ministro Carlos Borrego e de Miguel Coutinho, aponta outras seis localizações possíveis para o novo aeroporto.

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