O Mistério da Estrada de Sintra

"O Mistério da Estrada de Sintra" parte do folhetim homónimo mas não se limita a adaptar-lhe a história, integrando também na narrativa o relato da sua compassada escrita por Eça de Queirós (Ivo Canelas) e Ramalho Ortigão (António Pedro Cerdeira).

Depois do "Padre Amaro", mais um filme português com evidente intenção de chegar ao grande público a lembrar-se dos clássicos da literatura portuguesa (ede Eça, outra vez). Por alguma razão, tem no entanto que o fazer a cem à hora: "O Mistério da Estradade Sintra" corre a mata-cavalos, saltitando entre os tempos do folhetim e os meios político-sociais da Lisboa da época (1870), sem parecer procurar algo tão simples como uma respiração. O que sufoca tudo, inclusive a tentativa de restituição da dimensão irrisória do "Mistério" (talvez aqui demasiado"clownesca", ainda assim), perdida num modelo de cinema bastante desinteressante, em fronteira perigosa com o de muita "ficção portuguesa"televisiva.

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