Isto é bastante inesperado de facto, e tem assim aquela espécie de brilho das coisas acidentais. Duma simplicidade que facilmente se pode tomar por "maladresse" - mas só porque estamos demasiado habituados a filmes "cheios", com medo de pausas e de silêncios - o "Rocky Balboa" de Stallone é um conto de um Natal de pobres, mas sem Natal e só com os pobres.
Anti-publicitário, e "contra o mundo", na sua diluição da "cultura do sucesso", tem uma justeza de tom que sabe bem aplaudir. O talento deStallone talvez não esteja à altura da sua intuição, mas aquela secura quase inconsciente da derradeiracena (no cemitério), é a prova de quando as coisas funcionam, funcionam, seja lá o que for que as esteja a iluminar.
