Mais de 500 sonatas criadas pelo compositor italiano Domenico Scarlatti vão ser interpretadas no dia 1 de Dezembro, numa maratona musical de 24 horas que decorrerá em sete países, incluindo Portugal.

Numa antecipação dos 250 anos da morte de Scarlatti, a assinalar em 2007, músicos de todo o mundo vão interpretar as 556 sonatas do compositor napolitano, numa iniciativa a que se associam o Museu da Música e a Escola Superior de Música de Lisboa.

A maratona é uma iniciativa da cravista espanhola Luísa Morales, directora artística do Festival Internacional de Música de Teclado Espanhol, e decorrerá em Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Estados Unidos, Argentina e Costa Rica.

Ao todo serão mais de 150 músicos, entre os 15 e os 65 anos de idade, a interpretar as sonatas de Scarlatti em cravo, clavicórdio, pianoforte, órgão e piano.

Em Portugal, a maratona é coordenada pela cravista Cremilde Rosado Fernandes e decorrerá das 11h00 às 12h00, no Museu da Música, situado na estação de metro Alto dos Moinhos, em Lisboa, com a interpretação de dez sonatas do compositor italiano.

As obras serão executadas sobretudo por jovens intérpretes, entre os quais alunos e recentes licenciados pela Escola Superior de Música de Lisboa.

João Paulo Janeiro, Patrícia Vintém, Isabel Calado, Cristina Spadaro e Cremilde Rosado Fernandes, especialista no repertório barroco italo-ibérico, são cinco dos dez intérpretes que tocarão no dia 1 de Dezembro.

As sonatas serão interpretadas em quatro instrumentos da colecção do Museu da Música, entre os quais o cravo Antunes do século XVIII, um órgão Joaquim Fontanes, também setecentista, e um piano que pertenceu a Luís de Freitas Branco.

"Scarlatti é um músico muito ligado à cultura italo-ibérica e nas suas composições há muitos elementos que encontramos também em Carlos Seixas e que são bastante próximos da nossa sensibilidade", afirmou à agência Lusa a cravista Cremilde Rosado Fernandes.

Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles em 1685 e morreuem Madrid em 1757, aos 71 anos de idade, cumprindo-se em 2007 os 250 anos da sua morte.

Considerado um dos nomes de referência da música para cravo no período barroco, Scarlatti viveu quase uma década em Portugal, no reinado de D. João V, tendo sido professor da filha mais velha do rei, Maria Bárbara.

Em 1729 rumou a Espanha, onde permaneceu até morrer para acompanhar Maria Bárbara, a futura rainha de Espanha por casamento com Fernando VI.