Doentes da psoríase apelam à comparticipação de medicamentos

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Em Portugal estima-se que cerca de 250 mil pessoas sofram de psoríase DR

A Associação de Doentes da Psoríase (PsoPortugal), uma doença que se caracteriza por lesões inflamatórias na pele, defende a classificação desta patologia como crónica, apelando à comparticipação dos medicamentos.

Em declarações à Lusa, João Cunha, presidente da PsoPortugal, salientou que os medicamentos, apesar de não curarem, aliviam a dor e o desconforto do doente.

"Todos os dias chegam relatos de pessoas desesperadas porque não conseguem comprar os medicamentos", afirmou João Cunha, acrescentando que "o tratamento da psoríase não é uma mera questão de estética".

Na sua maioria, a grande variedade de tratamentos existentes serve para atenuar ou suspender o desenvolvimento dos sintomas, promover maior bem-estar ao doente face a si próprio e prevenir infecções secundárias.

As terapêuticas dependem do tipo de psoríase, extensão ou gravidade, história clínica do paciente, estilo de vida, disponibilidade, idade e género.

A PsoPortugal alerta ainda para a necessidade de sensibilização da sociedade para a discriminação social e profissional de que são alvo os doentes de psoríase, que não é contagiosa.

Piscinas, ginásios, jardins-de-infância e trabalhos que exigem contacto directo com o público, são alguns dos locais em que surgem problemas de discriminação.

De acordo com o presidente da PsoPortugal, "a discriminação faz-se sentir, sobretudo, nos meios mais pequenos, em que a população desconhece a doença".

Por ocasião do Dia Mundial da Psoríase, que se assinala no domingo, a PsoPortugal vai realizar diversas acções de sensibilização.

Amanhã e sexta-feira, na Praça do Saldanha, decorrerá a iniciativa "Ponha-se na nossa pele", que oferecerá à população a oportunidade de expressar num mural o que pensa da psoríase.

Sob o tema "A Psoríase e os Outros", realiza-se, no sábado, o segundo encontro nacional da PsoPortugal, com o objectivo de informar e levantar os principais problemas, bem como as possíveis soluções, procurando diminuir o impacto desta patologia no dia-a-dia dos doentes.

Nos serviços de dermatologia dos hospitais de Santa Maria e do Desterro, em Lisboa, do Hospital Universitário de Coimbra e de Santo António e São João, no Porto, vão decorrer acções de sensibilização durante segunda-feira.

Em Portugal estima-se que cerca de 250 mil pessoas sofram de psoríase, uma doença auto-imune crónica, de origem genética.

Apresentando-se sob a forma de lesões inflamatórias na pele, cobertas por escamas esbranquiçadas, a doença pode também estender-se às articulações, numa manifestação designada por artrite psoriática, que se traduz por dor e desconformidade, por vezes bastante debilitante, de pequenas (mãos e pés) ou grandes (membros e coluna) articulações.

A psoríase não é contagiosa e desenvolve-se quando o sistema imunitário do corpo acelera o crescimento das células da pele, que ao mesmo tempo são rejeitadas. A pele ganha então um aspecto escamado ou com crostas.

Em todo o mundo a psoríase afecta mais de 125 milhões de pessoas.

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