Em tempo de "Código da Vinci" e da polémica sobre o recém-recuperado Evangelho Segundo Judas, a trazer à liça a questão dos evangelhos gnósticos, revela-se da maior actualidade este "Maria Madalena", dando a volta à história bíblica e deslocando a ficção para uma modernidade convulsa e para uma Nova Iorque instituída, por uma câmara deambulante, em Jerusalém alternativa. Porém, tudo falharia se o filme não passasse de uma curiosidade oportunista, ambientada em momento de crise de fé e de valores: o essencial passa por um projecto interrogador que confirma a capacidade de Abel Ferrara para questionar o dogma e a dúvida com a genialidade da hesitação. Não se trata de um filme perfeito e acabado, mas de um ensaio inteligente sobre a possibilidade de cruzar imaginários e de provocar viagens ao âmago da crença e das hipóteses representativas do cinema como arte.
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: