Forte de Sacavém acolhe espólio de arquitectos paisagistas pioneiros

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Fazem parte do espólio 10.162 desenhos e 667 pastas de textos dos quatro arquitectos André Kosters/Lusa

O Forte de Sacavém, que guarda o maior inventário arquitectónico do país, recebe a partir de quarta-feira da próxima semana o espólio de Francisco Caldeira Cabral, de António Viana Barreto, de Gonçalo Ribeiro Telles e de Ilídio Araújo, para futuro tratamento e digitalização.

Fazem parte do espólio 10.162 desenhos e 667 pastas de textos dos quatro arquitectos.

Vasco Martins Costa, responsável pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), explicou que os arquitectos "continuam a ser os proprietários do trabalho, mas ele passa a ficar guardado e tratado no Forte de Sacavém para posterior acesso público".

O espólio inclui muitos projectos para quintas, palácios e jardins botânicos em todo o país, realizados pelo arquitecto paisagista Ilídio de Araújo.

Entre os trabalhos de António Viana Barreto destacam-se os projectos de arranjos envolventes da Torre de Belém, Mosteiro da Batalha, Biblioteca Nacional e os Jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.

Os arquivos do Forte vão ter, nomeadamente, de Francisco Caldeira Cabral, os projectos para o Estádio Nacional e o Parque Termal das Caldas da Rainha e de Gonçalo Ribeiro Telles projectos concebidos para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e para o Parque de Monsanto.

Actualmente, o arquivo do Forte de Sacavém acolhe um espólio documental de arquitectura e engenharia nacional composto por 500 mil peças desenhadas de plantas e fachadas, sete quilómetros de prateleiras de processos administrativos e 300 mil fotografias de edifícios.

Este património, recolhido ao longo dos 72 anos de existência da entidade, encontrava-se disperso pelas várias delegações regionais da DGEMN e foi concentrado no Forte de Sacavém em 1999.

Com construção iniciada no século XIX, o forte teve uma utilização para fins militares até lhe ser destinado o inventário e arquivo do património arquitectónico, tendo sido alvo de obras de remodelação.

Vasco Martins Costa revelou que a entidade pretende fazer exposições periódicas dos espólios abertas ao público a partir de 2007, começando por Daciano Costa, um dos mais emblemáticos criadores da área do design na arquitectura em Portugal.

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