Red Eye

Formado na reformulação do terror como género, com "Pesadelo em Elm Street" (1984) e depois com o primeiro filme da série "Scream" (1996), Wes Craven não enjeitou uma interessante incursão pelo melodrama com "Music of the Heart" (1999). Agora, em "Red Eye", Craven constrói um inteligente "thriller", partindo de uma lógica de série B, a que a lição melodramática não é alheia, para explorar o ritmo e a densidade da narrativa em prodigiosa "mise-en-scène".

O filme não inventa nada, mas gere com enorme agilidade situações reconhecíveis e hábeis exercícios sobre a tensão e o suspense. Olhar complexo sobre as angústias subliminares do pós-11 de Setembro, "Red Eye" assume-se como uma exploração de pequenos pormenores que vão fazendo sentido pleno, à medida que o bem carpinteirado argumento se vai desenvolvendo com talento e, sobretudo, profissionalismo.

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