Aaltra

É impossível não pensar no finlandês Aki Kaurismäki ao ver "Aaltra". Não é só porque ele aparece para atirar o"punchline" final. Comédia existencialista, lacónica, feita do lado do proletariado: podia ser Kaurismäki, mas é Benoît Deléphine e Gustave Kervern.

Dois vizinhos inimigos sofrem um acidente com um tractor enquanto brigam, que os deixa paraplégicos. A culpa, obviamente, é do tractor - eo par desavindo vai percorrer 3000 km para reclamar as suas pernas de volta (ou, em alternativa,uma indemnização). Vão ter o que merecem, porque vãofazer a vida negra a quem se cruzar com eles no caminho. A comédia começa na paisagem: planos gerais, amplos, figuras humanas mais ou menosdiminutas, gags visuais que decorrem da sua disposição na paisagem. Contudo, falta, a "Aaltra" o fundo humanista do caloroso Kaurismäki paraser mais do que um exercício demiúrgico.

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