A Balada de Jack e Rose

Não é certamente a oitava maravilha do mundo, e em mais do que uma cena (normalmente as de carácter intimista) fica-se com a sensação irritante de que a realizadora Rebecca Miller resolve uma certa "maladresse" da maneira mais simples (isto é, colando a câmara às caras dos actores, num estilo muito "pós-Dardenne"). Mas não é completamente mau como filme de actores, sabendo preservar uma dimensão tensa e eléctrica que vem muito da presença (e do confronto) de gente como uma desamparada Catherine Keener e um Daniel Day-Lewis cheio de "gravidade" (em sentido newtoniano do termo, e descontando todos os maneirismos de "grande actor" que já lhe estão agarrados à pele). Por outro lado, numa altura em que pululam as histórias sobre famílias "alternativas", "A Balada de Jack e Rose" vem em curiosa contra-corrente: aqui, já nem as alternativas safam ninguém.<p/>

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