A cara que Mereces

É complicado lidar com o conto de fadas, quando a ambição desmedida o quer ligar a tudo. "A Cara Que Mereces" começa por não fazer sentido enquanto filme, dividido entre uma "curta" musical e um "longa" (longuíssima) de pesadelo metafórico: a sugerida Branca de Neve dá lugar a Vermelho de Sarampo, os sete anões transformam-se em sete "maganões", ocupados em primários jogos de massacre. Mas é escusado dar a volta e encontrar subterfúgios: o que nos afasta deste objecto é mesmo, a sua sexualidade de revista porno baratucha, a sua escatologia às três pancadas, o seu militante imaginário infanto-regressivo. O defeito é com certeza nosso, mas este não é o filme que merecemos.<p/>

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