Vera Drake

Depois do magnífico "Topsy-Turvy" (não é sacrilégio invocar o santo nome de Visconti), Mike Leigh revelara uma zona do seu imaginário, que não se configurava ao espartilho realista (ou neo-realista): havia uma fúria um arrojo de desafiar o decorativo, no fio da navalha, que fazia antever outras "trangressões". "Vera Drake" aflora esse território do excesso representativo, embora mantenha um decoro de quem sempre se moveu em outros territórios. Imelda Staunton possui a fibra das heroínas de Sirk, mas tem uma personagem "credível" a manietá-la. Um belíssimo filme? Sem dúvida, mas o fantasmático que convoca precisaria de menos "pudor". <p/>

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