Euroárea: Vale e Azevedo condenado a um ano e meio de prisão

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João Vale e Azevedo Tiago Petinga/Lusa

João Vale e Azevedo foi hoje condenado a um ano e meio de prisão no âmbito do processo Euroárea, relacionado com a venda de terrenos da urbanização Sul do clube. O ex-presidente do Benfica, que fora condenado a quatro anos e meio de prisão no caso Ovchinikov, vê assim aplicada uma pena de seis anos em cúmulo jurídico, dos quais já cumpriu mais de metade.

O colectivo de juízes da 8ª vara do Tribunal da Boa Hora, em Lisboa, deu como provado que Vale e Azevedo cometeu três crimes de falsificação no caso Euroárea e juntou à respectiva pena os quatro anos e meio de prisão aplicados no caso da transferência do guarda-redes Ovchnnikov.

João Vale e Azevedo foi absolvido dos crimes de peculato e de branqueamento de capitais de que era acusado no caso Euroárea, uma vez que não foi dado como provado que o arguido se tivesse apropriado de cinco milhões de euros com a venda dos terrenos da urbanização Sul do clube.

Vale e Azevedo foi também absolvido do pagamento de uma indemnização cível ao Benfica no valor de cinco milhões de euros.

Assim, segundo o advogado de Vale e Azevedo, José António Barreiros, fica nas mãos do juiz de execução de pena a decisão de o ex-presidente do Benfica cumprir ou não prisão efectiva, quando em Maio terminar a pena aplicada no caso Ovchinnikov, em que foi condenado por peculato (apropriação indevida de dinheiros do clube).

José António Barreiros e o advogado do Benfica, José Marxueta, informaram que vão apresentar recursos do acórdão do colectivo de juízes formado por Ana Wiborg, Ana Peres e Simões de Almeida.

Barreiros justifica a interposição do recurso da pena de ano e meio de prisão com o facto de o seu arguido não aceitar a imputação de que forjou documentos.

Em contrapartida, o Benfica pretende apresentar recurso pelo facto de João Vale e Azevedo ter sido absolvido do crime de peculato.

A leitura do acórdão do caso Euroárea, no Tribunal da Boa Hora, estava prevista para o dia 4 de Janeiro, mas a presidente do colectivo de juízes, Ana Wiborg, decidiu adiá-la por uma semana.

O advogado de Vale e Azevedo tinha pedido a absolvição do seu cliente, defendendo que não terá ficado provada a apropriação de cinco milhões de euros com a venda dos terrenos da urbanização Sul do Benfica, nem tão-pouco a falsificação de contratos.

Posição diferente tinha o Ministério Público, que pediu quatro anos e seis meses de pena de prisão para o antigo presidente do Benfica, dando como provados um crime de peculato e três de falsificação.

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