Melinda e Melinda

Depois da prova de vitalidade que foi o anterior "A Vida e Tudo o Mais", Woody Allen (custa dizê-lo) atinge o ponto zero neste "Melinda e Melinda", pretenso jogo de alternância entre dois pólos do seu cinema, o dramático e o cómico.

A mesma história - as desaventuras emocionais e amorosas da personagem titular - é, assim, narrada nas duas perspectivas, e a moral da história parece ser que comédia e drama são faces da mesma moeda. É pouco, muito pouco - até porque a sofi sticação dos diálogos (aquilo que, apesar de Woody Allen se andar a repetir há muito, costuma servir de lenitivo) é coisa que não se vislumbra por aqui e os "gags" estão ausentes (que é como quem diz: é um fi lme chato). De resto, os actores parecem fora do seu meio, demasiado artifi ciais (mesmo que "esforçados", ou mesmo que tentem provar a ausência de esforço). Allen tem conseguido trazer para o seu cinema actores mais ou menos "inesperados" (Kenneth Branagh, Jason Biggs, etc) e fazê-los incorporar o "woodyallenismo", excepto agora - e Will Ferrell, "clown" de serviço num papel talhado à medida de Woody, parece um "miscast".

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