1,2,3 regressa aos ecrãs 20 anos depois da estreia

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O director de programas da RTP acredita ainda que a nova versão do 1,2,3 terá grande sucesso José Caria/PÚBLICO

O programa 1, 2, 3 - um marco da TV portuguesa anterior às guerras de audiências - regressa hoje à RTP1, 20 anos depois da estreia da primeira série. Foi em 1984 que o então, como agora, director de programas da RTP, Luís Andrade, e o apresentador Carlos Cruz foram a Espanha comprar os direitos de emissão de um programa criado em 1972 no país vizinho.

O primeiro 1,2,3 entrou nesse ano na casa dos portugueses aos serões das segundas-feiras, durante duas horas e 15 minutos. António Casimiro, cenógrafo da primeira edição, recorda o programa como "um projecto muito ambicioso" para a altura. Tudo funcionava com um "núcleo de criativos e técnicos muito grande" e com "um maestro [Carlos Cruz] muito exigente". O 1,2,3 superou também desejos e desafios do apresentador, ao ter sido gravado em locais emblemáticos como o Teatro S.Luiz ou o Coliseu dos Recreios. O programa prolongou-se até 1986 e chegou a ter António Sala como apresentador. Regressou em 1990 e, mais tarde, em 1997

A edição que hoje começa - produzida e apresentada por Teresa Guilherme - mantém uma estrutura semelhante das edições anteriores. Três pares de concorrentes num concurso que decorre em três fases, desde as perguntas e respostas, às habilidades físicas, passando pela fase dos objectos associados a prémios.

Mas Luís Andrade adianta que este vai ser um programa "mais difícil" do que o anterior. A temática Portugal e os Portugueses será o ponto de partida para o concurso, onde se tocarão em temas "desde os mares à moda". Temas que pretendem viajar no passado e interrogar o presente. "Quando falo nos mares, falo no Vasco da Gama, nos irmãos Belo da vela e falo dos jovens portugueses do "windsurf" ", acrescentou. Quem desaparecerá do programa serão a Bota-Botilde e o gordo Sempre em pé, substituídos pela abóbora Zita, a nova mascote. Quanto à apresentação de Teresa Guilherme, Luís Andrade justifica: "Tinha de ser uma pessoa com que os concorrentes tivessem muita confiança, uma pessoa que não lhes meta medo", de forma a poder haver um clima de brincadeira.

O director de programas acredita ainda que a nova versão do 1,2,3 "terá grande sucesso", não só junto do público mais velho que vais assistir "porque tem uma grande recordação do 1,2,3" como no mais jovem, "porque o programa está virado para eles". Além disso, diz, "o 1,2,3 é um dos poucos concursos do mundo orientados para a família".

Já António Casimiro, duvida que "haja dinheiro para se fazer o programa nos mesmos moldes" que era feito. Até porque, acrescenta, "agora trabalha-se com verbas menores" e "a concorrência [com as outras estações] é muito grande". Mesmo assim, afirma, "tenho expectativas muito grandes".

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