O actor norte-americano Christopher Reeve morreu ontem, aos 52 anos de idade. O mais célebre intérprete do Super-Homem sofreu uma paragem cardíaca e faleceu no Hospital de Northern Westchester, em Mount Kisco, perto de Nova Iorque, nove anos depois da queda de cavalo que o paralisou.

O representante do actor, Wesley Combs, explicou hoje que Reeve entrou em coma no sábado após uma paragem cardíaca. O actor sofria de escaras (feridas semi-permanentes que habitualmente atingem os doentes acamados) e uma delas estava particularmente infectada.

"A ferida estava a ficar muito infectada. Reeve deu entrada no Northern Westchester Hospital no sábado e não voltou a recuperar a consciência", disse Combs. A sua família estava ao seu lado quando morreu.

O actor, que vestiu por quatro vezes a capa do Super-Homem no grande ecrã, estava paralisado desde 1995, devido a uma queda de um cavalo durante uma prova equestre. O acidente causou-lhe lesões múltiplas, incluindo duas vértebras do pescoço partidas. Reeve tinha problemas respiratórios e neurológicos em função do acidente, que o paralisou quase na totalidade.

Durante os anos que se seguiram ao acidente, o actor tornou-se activista da investigação na área da espinal medula. Fez pressão junto do Congresso norte-americano para exigir maior cobertura dos seguros em caso de acidentes debilitantes e teve uma aparição memorável na cerimónia de entrega dos Óscares, onde levou a audiência às lágrimas com a sua intervenção para pedir mais filmes sobre questões sociais prementes.

Nos últimos anos, Reeve, pai de três filhos, voltou aos écrãs, actuado num "remake" de "A Janela Indiscreta", de Alfred Hitchcock.

A sua vida desde o seu acidente foi dedicada a voltar a andar e a recuperar a sensação em várias partes do corpo, tendo sido uma das faces que luta pela autorização da investigação com células estaminais - as células pré-embrionárias que possuem capacidades regenerativas mas cuja investigação levanta dilemas éticos.

Foi Super-Homem em quatro filmes e insistia em fazer as cenas mais perigosas. Entre os seus filmes mais conhecidos estão "Somewhere in Time", "Deathtrap", "The Remains of the Day", "The Aviator", e "Morning Glory".