Wanda

Recuperação de um dos objectos mais estranhos e solitários do cinema americano da década de 70. Os paralelismos e as comparações são possíveis, para mais retrospectivamente; mas há um toque único em "Wanda", visível por exemplo na sua lógica quase sempre "descritiva", como se toda a psicologia fosse negada e a protagonista se furtasse sempre a toda a tentativa de perscrutação.

Desarmada e vulnerável, Wanda, a personagem, é como o filme, onde no fim de contas o mistério está na ausência de mistério, suplantado pela presença (apetece dizer "literal", mesmo que não faça muito sentido) de Barbara Loden: um corpo e um rosto, que podiam ser de uma heroína de cinema mudo, e que são tudo aquilo de que o filme precisa para existir.

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