Dez países africanos iniciam renegociação do Tratado de Bacia do Nilo

Responsáveis de dez países africanos que partilham as águas do rio Nilo iniciaram hoje negociações para tentar definir um novo acordo sobre a utilização dos recursos hídricos deste rio, para substituir um tratado de bacia com 75 anos.

Na origem desta renegociação estão as crescentes tensões entre os países sobre a utilização do rio.

O tratado actualmente em vigor foi assinado em 1929 pelo Egipto e Reino Unido, em proveito das suas colónias, e proíbe a nove países que utilizem o rio na medida em que isso iria reduzir o volume de água que chega ao Egipto.

Quando o tratado foi assinado, o Egipto era a principal fonte de algodão para o Reino Unido, uma cultura que depende da irrigação com águas do Nilo, o maior rio do planeta.

"Estes peritos vão aconselhar os ministros [dos respectivos países] sobre a utilização equilibrada das águas do Nilo", disse Meraji Msuya, coordenador da Iniciativa Bacia do Nilo, com sede em Entebbe, Uganda. "Deveremos chegar a novas recomendações, um novo enquadramento legal".

Os dez países situados na bacia do Nilo - Burundi, Congo, Egipto, Eritreia, Etiópia, Quénia, Ruanda, Sudão, Tanzânia e Uganda - rodeiam o curso de água com 6700 quilómetros e beneficiam dos seus afluentes e lagos.

Peritos têm alertado que África pode enfrentar guerras de água no futuro se os rios do continente não forem partilhados de forma equilibrada.

A bacia do Nilo leva água a cerca de 300 milhões de pessoas e é uma fonte vital para irrigação, pesca e energia.

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