Durão Barroso inagurou novo terminal fluvial do Cais do Sodré

Foto
Durão diz que com o terminal o Tejo deve "perder o efeito de barreira e passar a assumir um papel de união entre os núcleos urbanos" Inácio Rosa/Lusa

"As duas margens do Tejo ficam mais próximas" a partir de hoje com o novo terminal fluvial do Cais do Sodré, afirmou o primeiro-ministro, Durão Barroso, na cerimónia de inauguração da estação, por onde deverão passar diariamente mais de 30 mil passageiros.

Com dois pisos, o edifício destaca-se pelas linhas horizontais e fachadas em vidro nas frentes do rio e da cidade, assemelhando-se aos armazéns da zona ribeirinha. O novo edifício tem três pontões, três salas de espera com vista sobre o rio Tejo, bilheteiras e cafetaria. Porém, o terminal abre portas ainda sem cafetaria, telefones ou máquinas Multibanco a funcionar.

Orçado em 12 milhões de euros, está integrado no complexo multimodal do Cais do Sodré, que começou a ser construído em 1992 em torno da estação ferroviária já existente e que inclui, desde 1998, a estação de metro.

Na cerimónia de inauguração, o chefe de Governo, que esteve acompanhado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Santana Lopes, sublinhou que com esta obra o rio deve "perder o seu efeito de barreira e passar a assumir um papel cada vez mais de união entre os núcleos urbanos" da Área Metropolitana de Lisboa.

Para tal, Durão Barroso defende ser necessário o desenvolvimento dos transportes públicos, salientando que o Governo tem uma "visão complementar e articulada dos diferentes meios de transportes, essenciais à construção de um verdadeiro sistema de transportes".

De acordo com o Governo, estão ainda previstas outras fases do interface multimodal do Cais do Sodré, como a remodelação da estação ferroviária, a execução de um viaduto e respectivos arranjos exteriores definitivos, com a conclusão prevista para 2005, bem como o interface rodoviário e arranjos exteriores da praça do Cais do Sodré, a terminar em 2006, com um custo total estimado de 20 milhões de euros.

Durão Barroso admitiu que o esforço de investimento "é vultuoso, mas compensador", já que permite um maior conforto e rapidez na travessia do Tejo, anunciando que vão seguir-se outros equipamentos, como a construção do interface no Terreiro do Paço.

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Transtejo, João Franco, assinalou que o novo terminal do Cais do Sodré faz parte do "mais completo interface de modos de transporte de passageiros de Lisboa e do país".

Quanto à substituição da frota, o administrador sublinhou que se trata do "maior investimento de sempre, efectuado de uma só vez, no transporte fluvial em Portugal e certamente um dos maiores do mundo, já que é invulgar nesta actividade uma encomenda [à empresa Damen Shipyards] de uma série de nove navios".

A Transtejo espera que ainda este ano se registe uma "menor perda de passageiros na linha de Cacilhas em resultado do novo terminal e na linha do Barreiro em consequência da nova frota", que representam um acréscimo da qualidade de serviço para 80 por cento dos 33 milhões de passageiros anuais.

Ligação Barreiro-Lisboa feita a partir de hoje com nova frota de catamarãs

Hoje entrou também ao serviço a nova frota de nove catamarãs do grupo Transtejo, na ligação Barreiro-Lisboa, representando um investimento de 50 milhões de euros, sendo 50 por cento suportado pelo Feder (Fundo Europeu para o Desenvolvimento Económico e Regional) e 33 por cento pelo Orçamento de Estado.

Com capacidade para 600 passageiros sentados, os catamarãs permitirão reduzir o percurso Barreiro-Lisboa de 30 para 20 minutos, com níveis de ruído e de vibração muito inferiores aos antigos, sendo também mais fáceis de manobrar, segundo a empresa.

A Transtejo decidiu homenagear escritores portugueses, baptizando os navios com os nomes de Almeida Garrett, Augusto Gil, Damião de Góis, Fernando Namora, Gil Vicente, Jorge de Sena, Miguel Torga, Antero de Quental e Fernando Pessoa.

A carreira Barreiro-Lisboa transporta cerca de 40 mil passageiros por dia em 130 travessias, num total de 11 milhões de passageiros anuais.

Sugerir correcção
Comentar