Slapstick

De repente, num curto espaço de tempo, dois filmes de David Zucker, autor de paródias efervescentes - "Aeroplano" ou "Top Secret" - há muito afastado do nosso convívio. Depois do divertido "Scary Movie 3", parcial regresso à boa forma, chega agora o anterior "A Filha do Patrão", bastante menos conseguido.

É mais uma variação em torno desse género moribundo, a comédia romântica, desta vez a cruzar o humor físico apatetado típico do protagonista, o "loiro burro" Ashton Kutcher, com a boçalidade de objectos "teen" estilo "American Pie". A história - um rapaz julga que vai sair com a mulher dos sonhos e acaba a tomar conta da casa do patrão, invadida por constantes "convidados" - corre segundo a lógica da confusão habitual no "slapstick" mais óbvio e mecânico, com Zucker só a espaços a conseguir disfarçar o desinteresse pela "encomenda". Salvam-se alguns saborosos momentos de incorrecção política, a lembrar os tempos de glória do terrorismo cómico dos ZAZ. Mas era mesmo preciso reciclar "gags" de "Naked Gun"?

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