Penélope aparece pouco

O enredo aplica todos os "clichés" do género, o "thriller" psiquiátrico: uma psiquiatra de um estabelecimento prisional é possuída pelo espírito da vítima de um crime sexual e acorda, enquanto paciente da mesma ala da prisão, em que trabalhava, acusada de ter morto o marido.

Com todos os rodriguinhos de possessões e de taras expostas, "Gothika" tem ainda o típico defeito de explicar tudo: a descoberta dos assassinos é mais que previsível e antecipada antes de ser mostrada, até a canção que acompanha o genérico final faz questão de reflectir sobre a maldade do "mundo". De resto, um trabalho de câmara indistinto, embora carregado de efeitos, um elenco, encabeçado pela oscarizada Halle Berry, que se limita a arrastar a imagem pelo tédio de uma realização sem qualquer ideia de cinema. Há uma vantagem relativa: Penélope Cruz tem um papel secundário e aparece pouco. Pouco auspiciosa estreia de Mathieu Kassowitz além-Atlântico. Quase tivemos saudades de "O Ódio", que, pelo menos, tinha um ponto de vista.

Sugerir correcção
Comentar