Doença rara numa suinicultura de Leiria obriga a abate de 1600 porcos

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O último foco da doença, que não tem consequências para os humanos, verificou-se em 1995 em Leiria e no Alentejo DR

Um foco da doença vesiculosa dos suínos (SVD) foi detectado numa exploração em Chãs, Leiria, obrigando ao abate de mais de 1600 porcos e à proibição de qualquer transporte de animais num raio de dez quilómetros.

Segundo Luís Brás Marques, sub-director da Direcção Regional da Agricultura da Beira Litoral (DRABL), a doença é "extremamente contagiosa" pelo que qualquer transporte de animais está proibido para já, devendo ficar condicionado à apresentação de sinais de que não existe propagação.

Em edital divulgado hoje pela DRABL, foi estabelecida uma zona de protecção em torno da exploração num raio de três quilómetros, onde serão identificadas todas as suiniculturas, e uma zona de vigilância, que abrange um raio de dez quilómetros.

Com esta medida, uma das maiores zonas produtoras de suínos do país (com cerca de 300 mil animais) fica condicionada, existindo um "sério risco" de propagação, já que as unidades encontram-se muito próximas umas das outras.

De acordo com Luís Brás Marques, a GNR já foi notificada e deverá impedir a circulação de qualquer veículo com porcos dentro da área descrita, embora admitindo que na próxima semana a proibição possa ser levantada parcialmente.

As explorações que apresentarem provas de não contaminação poderão encaminhar os animais para os matadouros autorizados, explicou o responsável.

A SVD caracteriza-se por várias feridas nas unhas, focinho e língua do animal, existindo ainda amostras de tecido morto, de cor verde, junto às patas.

O alerta para a doença foi dado no dia 17 de Dezembro e a confirmação chegou ontem por um laboratório inglês, depois de terem sido enviadas amostras de sangue de seis exemplares.

O último foco desta doença, que não tem consequências para os seres humanos, verificou-se em 1995 em Leiria e no Alentejo, mas não teve o impacte que está a ter hoje, explicou Luís Brás Marques, que considerou "imprevisível" a evolução da contaminação.

Os animais da exploração, incluindo 145 reprodutoras, foram todos abatidos na suinicultura, enterrados no solo, que foi tratado com cal viva e hipoclorito (lixívia).

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