Prémio Pessoa 2003 atribuído a Gomes Canotilho

O constitucionalista e professor da Universidade de Coimbra Gomes Canotilho é o vencedor do Prémio Pessoa 2003, que distingue todos os anos uma personalidade nas áreas da cultura e ciência

O presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, destacou a vasta obra do professor catedrático de Ciências Jurídicas e Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e sublinhou que Canotilho é "um homem com uma cultura humanista invulgar", que abarca não só o direito e a justiça mas também a filosofia, sociologia e política.

Destacando a "obra de investigação, a construção literária e a aplicação prática" da sua obra, que classificou como "de referência", o presidente do júri elogiou Gomes Canotilho como "uma figura importante do Estado de direito".

Os jurados consideraram ainda que Canotilho teve forte influência na "resolução de questões judiciais" e na própria "organização da sociedade" portuguesa, pelo que distinguiram o professor e perito constitucionalista com um dos mais importantes galardões portugueses.

O prémio, atribuído anualmente desde 1987 pela Unisys Portugal e o semanário "Expresso", distingue uma personalidade portuguesa que tenha sido "protagonista relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país".

O nome do vencedor do prémio deste ano, que vale 42.500 euros, foi anunciado pelo presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, no Palácio de Seteais, em Sintra.

No ano passado, Sobrinho Simões foi distinguido com o prémio e elogiado por Balsemão como um investigador de excelência, mas também enquanto pensador académico e activista cultural. O patologista e especialista em cancro da tiróide foi o terceiro galardoado da área da ciência.

Os vencedores do Prémio Pessoa

Em 1987, o eleito foi o historiador José Mattoso, seguindo-se o poeta António Ramos Rosa (1988), a pianista Maria João Pires (1989), a pintora Menez (1990), o arqueólogo Cláudio Torres (1991), os cientistas Hannah e António Damásio (1992), o filósofo Fernando Gil (1993), o escritor Herberto Hélder (1994) - o único que viria a recusar o galardão, que foi aplicado depois em mecenato.

O escritor e tradutor Vasco Graça Moura foi distinguido em 1995, o cirurgião João Lobo Antunes em 1996, o escritor José Cardoso Pires em 1997, o arquitecto Eduardo Souto Moura em 1998, e no ano seguinte o júri optaria por eleger duas personalidades em vez de uma: o poeta Manuel Alegre e o fotógrafo José Manuel Rodrigues.

Em 2000, o Prémio Pessoa foi atribuído ao compositor Emmanuel Nunes e, por fim, em 2001, ao director da Cinemateca Portuguesa, João Bénard da Costa.

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