Rão Kyao e António Chaínho iniciam hoje, em Coimbra, uma "tournée" nacional para a apresentação do espectáculo "Uma Casa Portuguesa", que vai ter lugar nos teatros e auditórios das principais cidades do país, integrado na primeira digressão "Rey Fado".

À guitarra portuguesa de Chaínho e à flauta de Rão juntam-se também a voz de Marta Dias e a viola de António Pinto, num espectáculo que, como o próprio nome sugere, se relaciona com a música popular portuguesa e com o fado.

Com temas de António Chaínho e de Rão Kyao, e letras de Marta Dias, "Casa Portuguesa" manifesta a cumplicidade existente entre o músico que começou por se tornar conhecido como instrumentista de jazz e o celebrado guitarrista - dois nomes quen têm em comum a vontade de experimentação -, que agora pegam no fado tradicional e acrescentam-lhe outros arranjos, "à nossa maneira", como ambos disseram.

Comum aos quatro artistas em palco está a capacidade de se juntarem a outros músicos internacionais, partilhando ritmos e ambientes diversos, sendo, aliás, o jazz exemplo de um ambiente comum a Rão e Chaínho, de que Marta Dias e António Pinto também partilham. A cantora, com dois álbuns a solo já publicados, é acompanhante regular de Chaínho, enquanto que o dedilhar da viola de António Pinto, "nascido" nas escolas do Hot Clube, é conhecido em Portugal pela sua presença regular em vários concertos e álbuns de artistas como Mafalda Veiga, Sérgio Godinho, Fausto, Paulo Gonzo, Vitorino, Né Ladeiras ou Mísia.

A ideia desta iniciativa adveio de "uma amizade de longa data" existente entre Rão e Chaínho, vinte anos depois do seu encontro em "Fado Bailado", onde procederam à revisão de alguns temas da canção de Lisboa.

"Um desafio interessante" foi como António Chaínho caracterizou esta "tournée", que terá "muita dose de improvisação" - disse Rão Kyao -, e que levará ao palco espectáculos de cerca de uma hora e meia, em cidades como Coimbra, Porto, Viana do Castelo, Tavira, Alcácer do Sal, Braga, Figueira da Foz, Leiria, Santa Maria da Feira e Lisboa, até ao final de Janeiro. A gravação de um álbum no final é uma possibilidade em aberto.

Rão e Chaínho pensam também levar o projecto ao estrangeiro, nomeadamente a Espanha, com o desejo comum de abrir novos horizontes para a música portuguesa, pois, na opinião de ambos, uma base instrumental do fado "facilita a compreensão estrangeira da música portuguesa e do seu sentimento".

Entretanto, Rão Kyao adiantou que um novo disco seu está já a ser gravado, e talvez saia no início do próximo ano.

O espectáculo começa às 22h00 e os bilhetes custam entre 18 e 20 euros.