Como um suspiro pode conter uma explosão: é assim, numa deambulação fantasmática por um liceu americano, que Gus van Sant projecta o seu "shock corridor". Com os planos-sequências (recuperando Godard: "O travelling é uma questão moral") que conferem ao filme um efeito de suspensão, percorremos o labirinto orgânico de uma escola enquanto a tragédia (evocação do massacre de Columbine) é activada em fundo. Perante o vazio (de pathos) estamos, em "Elephant", rodeados de humanidade, filmada em pequenos gestos. É um filme-fluxo, um filme musical de um virtuoso - cada segmento um andamento, o jogo com as repetições/variáveis, a utilização do som interno na banda sonora. Não há filme mais esmagador nas salas.
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