Apesar de tudo, um pouco de ar fresco soprado sobre a obra dos Coen. Se o essencial do cinema dos irmãos reside sempre num trabalho sobre estereótipos, aqui esse é o ponto de partida e o ponto de chegada, sem qualquer tentação de "profundidade" - Clooney vs Zeta-Jones é estereotipo vs estereotipo, na órbita coeniana "Crueldade Intolerável" deve ser o que há de mais parecido com um "divertimento". É claro que o filme, revisão de alguns princípios da "screwball comedy" cruzada com elementos do "noir" (Zeta-Jones na mulher tão calculista como carnívora), é muitas vezes grotesco, até porque sem hipérbole não haveria cinema dos Coen. Mas reconheça-se que desta vez o mecanismo funciona para além da caricatura, e que há um tom que se mantém na nota certa de fio a pavio.
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