Almada inaugura hoje Museu da Cidade

O Museu da Cidade de Almada abre hoje as portas, depois de três anos de obras de recuperação de um edifício do século XVII e recolha do espólio com o qual se pretende testemunhar a evolução histórica da cidade da margem sul do Tejo.

O museu está localizado na Quinta dos Frades, adquirida pela autarquia na Cova da Piedade, aproveitando um edifício do século XVII recuperado pelos arquitectos Vítor Mestre e Sofia Aleixo. A ideia foi deixar a estrutura original do edifício e construir de origem um outro espaço contíguo. No total, o museu tem 2600 metros quadrados, cerca de metade destinado para exposições. "Não quisemos criar aqui um elefante branco. O país está cheio de edifícios muito bem concebidos, mas com pouca utilidade. O nosso objectivo foi criar um espaço onde as pessoas pudessem estar", explicou o arquitecto Vítor Mestre.

O museu tem três pisos, diversas salas para exposições permanentes e temporárias e um bar e está organizado em núcleos temáticos: introdução à exposição, processos de construção, gentes e modos de vida, e caminho do futuro.

O convite para entrar no museu é feita por Ary dos Santos: "A cidade é um poro. Um pulmão que respira". É o início de uma viagem que leva o visitante a percorrer Almada desde a sua origem, enquanto pólo habitacional, até aos nossos dias. Através de fotos, testemunhos, textos, sons ou imagens, a ideia foi "criar um espaço no qual fosse possível retratar o concelho actual perspectivando o futuro", disse o vereador da Câmara de Almada, António Matos.

Para isso o espólio patente no museu vai desde uma exposição fotográfica de Júlio Diniz, um fotografo nascido em Almada em 1925 e que fotografou ao longo das últimas décadas acontecimentos como a construção do Cristo-Rei, a inauguração da Ponte 25 de Abril ou a zona da Margueira ainda sem o enorme complexo da Lisnave.

À entrada do museu chama a atenção uma instalação escultórica do catalão Josep Bofill intitulada Energia Urbana. Trata-se de uma série de imagens de pequenas esculturas de homens e mulheres que sobem a pulso por um ferro colocado do chão ao tecto do museu. A ideia, sublinhou Bofill, é a de uma concepção de cidade contemporânea, com competição, ascensão individual mas também de igualdade.

Por todo o edifício estão espalhados objectos relacionados com o passado da cidade de Almada: um boné dos revisores das carreiras de camionetas, os primeiros bilhetes da travessia fluvial nos barcos da Transtejo ou uma enorme hélice de um petroleiro que em tempos atracou nos estaleiros da Lisnave.

Mas a grande atracção do museu é a maqueta da cidade de Almada que ocupa grande parte de uma sala. As suas dimensões permite ao visitante identificar com facilidade o local, por exemplo, onde reside. O museu, que custou à câmara cerca de 7,5 milhões de euros, estará aberto de terça a sábado e cada adulto pagará para entrar 2,5 euros.

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