Concorde faz última aterragem

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O Concorde ofereceu durante 27 anos viagens de luxo supersónicas Tim Ockenden/EPA

O Concorde, o único avião supersónico comercial, fez esta tarde a sua última aterragem. Após 27 anos a transportar algumas das mais ilustres personalidades do mundo, três destes aparelhos terminaram a sua carreira com viagens simbólicas.

Para assinalar a retirada definitiva do Concorde da frota da British Airways (BA), três dos sete aparelhos que fazem parte dos equipamentos da companhia britânica realizaram três ligações pela última vez, todos com aterragem no aeroporto de Heathrow, em Londres, com um intervalo de dois minutos entre eles.

Um dos Concorde partiu de Nova Iorque. No "cockpit" esteve o comandante Mike Bannister, de 54 anos, que em 1977 se tornou o mais jovem piloto da frota dos Concorde. A bordo seguiram ainda a actriz norte-americana Joan Collins e o "patrão" da Fórmula1, Bernie Ecclestone, que desfrutaram dos últimos serviços de luxo supersónicos.

De Edimburgo, Escócia, partiu um outro Concorde com destino a Heathrow. A bordo estiveram funcionários da BA que trabalharam no aparelho, após a sua entrada em serviço a 21 de Junho de 1976.

O terceiro aparelho limitou-se a sobrevoar o Atlântico, numa viagem também limitada a funcionários da companhia aérea e alguns convidados.

Após a aterragem, os três Concorde foram recebidos por milhares de fãs, que tiveram a oportunidade de se despedirem do avião supersónico, ainda que de longe. Porém, resta-lhes ainda a hipótese de levarem uma lembrança do Concorde para casa. Para isso, basta estarem atentos aos vários leilões que serão realizados para o efeito, alguns deles na Internet.

Símbolo de luxo e sofisticação, há quem lhe chame "o táxi transatlântico dos ricos e dos famosos". É que, ao longo de 27 anos, este aparelho - que, de cada vez que levanta voo, faz tremer as casas de alguns bairros a Oeste de Londres - recebeu com champanhe membros da monarquia, ministros, estrelas de cinema e da pop. Entre os "habitués" estavam Sting, Elton John, Paul McCartney e a família real britânica. "Sentirei muito a sua falta", confessou o cantor Luciano Pavarotti, citado pela Reuters.

O principio do fim aconteceu em Abril, quando a Air France e a BA, as duas companhias com aviões Concorde, anunciaram que ele deixaria de trabalhar. Chegaram à conclusão que começava a ser impossível suportar os custos.

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