Morreu o realizador Elia Kazan

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Kazan foi distinguido em 1999 com um Óscar honorário Eric Draper/AP

O realizador norte-americano Elia Kazan, que assinou filmes como "A Leste do Paraíso" e "Há Lodo no Cais", morreu ontem, aos 94 anos de idade.

Elia Kazan nasceu em Constantinopla (actual Istambul, Turquia) no dia 7 de Setembro de 1909. Nos anos 40, já nos Estados Unidos - para onde os seus pais tinham emigrado ainda ele era uma criança -, tornou-se famoso ao encenar peças dos grandes autores da época, como Tennessee Williams, Thornton Wilder ou Arthur Miller e ao dirigir no cinema actores como Marlon Brando, Gregory Peck ou James Dean.

Mas a sua profícua e notável obra cinematográfica foi reconhecida apenas por duas vezes pela Academia, com os filmes "Há Lodo no Cais" (1954) e "A Luz é Para Todos" (1947). Kazan foi também distinguido com dois Tony - em 1947 e 1949, pelas peças de Arthur Miller "Todos os Meus Filhos" e "Morte de um Caixeiro Viajante".

Kazan, que também realizou clássicos de Tennessee Williams como "Um Eléctrico Chamado Desejo", viu a sua carreira nos EUA sofrer um rude golpe, depois de ter prestado declarações, em 1952, na Comissão das Actividades Anti-Americanas, durante a era McCarthy. O realizador admitiu que se tinha filiado no Partido Comunista em 1934 e denunciou os nomes de 17 personalidades de Hollywood que eram também membros do PC norte-americano.Para além das facetas de realizador e encenador, Elia Kazan foi também um romancista, cujos dois primeiros livros, "America, America" e "The Arrangement", levou ao grande ecrã.

Em 1999, foi distinguido com um Óscar honorário, que o reabilitou no meio cinematográfico norte-americano.

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