Leopardo das neves: Relatório da Traffic alerta para ameaça de comércio ilegal

A caça e comércio ilegais estão a ameaçar o Leopardo das neves (Uncia uncia), uma das espécies de felinos mais ameaçada do mundo, com uma população mundial estimada entre quatro mil e sete mil animais, alerta um relatório da Traffic, organização criada para implementar a Cites (Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção), divulgado este mês.

Segundo uma nota de imprensa, a Traffic, WWF (World Wildlife Fund for Nature) e a International Snow Leopard Trust apelam a uma acção urgente para reforçar a conservação da espécie e travar a caça e o comércio ilegais.

O relatório alerta que as razões que motivam a caça deste felino variam de região para região. Actualmente, partes do animal são comercializadas no Afeganistão, China, Índia, Cazaquistão, Mongólia, Nepal, Paquistão, Rússia, entre outros países.

No entanto, a caça e o comércio estão proibidos, dado que a espécie está incluída no Anexo I da Cites, convenção que define quais os animais que não se podem abater e comercializar.

Segundo a Traffic, a caça e o comércio são as principais ameaças para o Leopardo das neves na região da Ásia central e na Federação russa. Nos Himalaias, a maior pressão é a perseguição do animal pelas populações locais.

"É urgente que os Estados preencham as lacunas nas suas legislações e aumentem os esforços de conservação", apelou Stephanie Theile, coordenadora da Traffic para a Europa e autora do relatório.

"Além disso, é crucial providenciar incentivos económicos para a conservação da espécie, junto das populações que vivem nos seus territórios".

"É inaceitável que a matança desta espécie, altamente ameaçada, continue no século XXI", criticou Susan Lieberman, directora do Programa sobre Espécies da WWF Internacional.

Foi lançada este mês uma iniciativa global para reforçar a conservação da espécie, através da Estratégia de Sobrevivência do Leopardo das Neves. "Mais de 70 conservacionistas de 18 países ajudaram a desenvolver o plano", comentou Brad Rutherford, director-executivo da International Snow Leopard Trust.

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