Escola prática de cavalaria de Santarém tem os dias contados

A Escola Prática de Cavalaria poderá sair de Santarém. O Exército tem há vários anos a intenção de abandonar aquelas instalações e concentrar a escola no campo militar de Tancos.

O anterior Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), general Silva Viegas, preparava-se para tomar essa decisão na sequência de uma directiva interna sobre o processo de reorganização do Exército que assinou pouco tempo depois de entrar em funções.

O actual CEME, general Valença Pinto, não deitou fora os planos da anterior equipa, sendo que o fecho do quartel em Santarém continua sobre a mesa.

A Escola Prática de Cavalaria de Santarém ficou famosa por ter sido protagonista dos acontecimentos do 25 de Abril. Foi dali que partiu a coluna comandada pelo então capitão Salgueiro Maia. De então para cá a EPC tem sido um dos palcos previligiados para a comemoração da revolução dos cravos. Em alguns aniversários do 25 de Abril, os elementos da coluna reúnem-se em Santarém para celebrar o acontecimento e recordar aquele que os liderou.

A transferência para Tancos prende-se com razões de ordem logística e financeira. Naquele campo militar funciona a Brigada Aero-transportada Independente e aí será ainda instalado o Grupo de Aviação Ligeira do Exército. A Escola Prática de Santarém, criada na década de 1890, ministra actualmente cursos de promoção para oficiais e sargentos e formação de praças.

Por outro lado, a base de Tancos situa-se também no distrito de Santarém, não havendo razão para os argumentos de que o Exército está a cortar a ligação com as populações.

Na cidade de Santarém, os militares ocupam parte do convento de São Francisco, que assim seria liberto destes inquilinos. Uma das hipóteses era manter um núcleo museológico sobre a Escola Prática de Cavalaria naquele local.

A directiva sobre a reestruturação do Exército de Silva Viegas, que data de 2001, previa outra alternativa para a Escola Prática de Cavalaria que era Santa Margarida, embora esta hipótese fosse mais remota.

Na altura, o que tinha ficado definido (no papel) era ainda a extinção das regiões militares e do governo militar de Lisboa e potenciar o campo militar de Santa Margarida como Centro Nacional de Treino, entre outras medidas.

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