Metafísica de pacotilha

Não há grandes novidades nesta revisita ao esplendor visual, e complementar vacuidade narrativa, do filme de culto de toda uma geração: há a mesma metafísica de pacotilha, a mesma autocomplacência no desperdício de possíveis vertentes ficcionais e no não-desenvolvimento de personagens.

A tentativa e explicação de todos os labirintos e de todos mistérios pela personagem do Arquitecto mais não faz do que aumentar a obscuridade e lançar-nos para o único refúgio possível, o do (estranho) deslumbramento perante a capacidade de conferir imagem a um amálgama complexo de ficção científica, "video-game", mitologia greco-latina e vulgarização filosófica. Para a maior parte, ficará o gosto pela violência abstracta e gráfica das lutas ou o culto de um "pop-culture" intelectualizada. Para nós fica, no entanto, como já acontecia com o primeiro filme do que se prefigura como uma trilogia, e apesar do respeito pelo projecto, algum tédio.

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