Excesso de severidade?

Quando começa parece um "drama social", quando acaba está prestes a transformar-se em "grand guignol". A forma como desliza - e o caminho que percorre nesse deslize - entre uma coisa e outra acaba por ser o mais surpreendente do filme de Audiard, de onde nem por isso há muita coisa a resgatar.

É mesmo um pouco cansativo, naquele estilo de câmara colada aos corpos dos actores onde quase tudo se resolve em grandes planos (anda pelo filme Olivier Gourmet, actor-fétiche dos irmãos Dardenne, incontestáveis campeões desta maneira de filmar), como se fosse a única maneira de juntar "físico" a "realismo". Excesso de severidade? E daí, se calhar: o argumento tem graça, os protagonistas (Cassel e Emmanuelle Devos) formam um par curioso, e até há alguns planos subjectivos bem imaginados.

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