Drama solitário

O início é promissor, insinuando-se como um olhar sobre a realidade suburbana (o travelling sobre o bloco de prédios indiferenciados, a aspereza da paisagem, os décors interiores), mas o filme detém-se no drama solitário de uma jovem que é violada e que decide levar a cabo a gravidez até ao fim, secretamente.

A fronteira entre filme e telefime é difusa, a palavrosa narração em "off" é confrangedora. Se Luís Filipe Rocha assume "A Passagem da Noite" como "um filme de actores", sente-se que se esqueceu de lhes dar personagens - e mesmo a Leonor Seixas, protagonista, falta maior complexidade na sua obstinação (há nela a vaga sugestão de algo tortuoso, mas que permanece inexplorada).

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