Presidente da CP garante que estavam reunidas condições de segurança

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A colisão de dois comboios de mercadorias, esta manhã, na linha de Sines foi um acidente "impensável". O presidente da CP, Crisóstomo Teixeira, garante que "estavam reunidas todas as condições de segurança" no local. Dois trabalhadores morreram e outros dois ficaram feridos na sequência do embate.

O acidente provocou dois mortos - um maquinista de 53 anos, que "era um homem muito experiente", e o operador de apoio , embora apenas um dos corpos tenha sido encontrado. "É natural que no estado em que as composições ficaram e com o calor motivado pelo incêndio não se encontre mais nenhum corpo", revelou o presidente da CP.

No local são visíveis os destroços das duas composições, que ficaram destruídas e amontoadas na via. O presidente da CP não conseguiu, em declarações à Lusa, encontrar uma razão para o acidente, ocorrido às 04h00 de hoje entre S. Bartolomeu da Serra e Abela, na Linha de Sines, no litoral alentejeno.

"É muito cedo para tirar conclusões, mas o acidente só pode ter sido motivado por falha de última hora nos dispositivos de segurança, o que é pouco provável, porque os dispositivos têm manutenção periódica e de qualidade elevada, ou então foram desligados voluntariamente", disse, o que constituiria "uma violação grave dos procedimentos de segurança". Crisóstomo Teixeira prefere, contudo, esperar pelo relatório da comissão de inquérito, entretanto criada pelo Instituto Nacional do Transporte, cujas conclusões preliminares deverão ser conhecidas dentro de 72 horas.

"Aquela linha tem um padrão de segurança muito elevado. O material circulante tinha todos os requisitos de segurança, incluindo dispositivo de homem morto e sistema Convel, que é sincronizado com a sinalização e que frena a composição se encontrar um sinal vermelho", insistiu Crisóstomo Teixeira.

O responsável da CP adiantou que os trabalhadores são alvo da maior atenção: "o maquinista tinha sido sujeito a um exame físico no passado dia 15 de Abril, e a um exame psicológico em Fevereiro, onde tinha ficado apto. O operador de apoio tinha também feito exames a 12 de Março, com resultados positivos".

Para as famílias das duas vítimas mortais, a empresa promete "todo o apoio". "Temos o nosso dispositivo de assistência social. A empresa tem seguros de trabalho e é sempre carinhosa com as famílias atingidas por estas desgraças", salientou.

Quanto aos dois feridos, o caso mais grave é o de um maquinista de 39 anos que sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus nas mãos e nos braços, mas não corre perigo de vida, e deverá "ser transferido em breve para o Barreiro, para ficar mais perto da família", assegurou Crisóstomo Teixeira.

Quanto ao outro ferido, um operador de apoio de 22 anos, foi transferido esta manhã para o Hospital Distrital de Setúbal, onde "deverá permanecer internado mais um ou dois dias".

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