Lucas Moodysson é uma espécie de mito no circuito dos festivais. No entanto, ver agora numa exibição comercial este "Lilja" deixa um sabor a amargo: há momentos muitos fortes e um olhar terrível sobre os restos do império soviético; o modo rude de filmar o quotidiano das crianças e adolescentes, órfãos da vida, dão-nos um forte soco na boca do estômago. Não existem, contudo, soluções estéticas que correspondam a esse vazio. Mesmo a câmara à mão e o lado improvisado da narrativa esbarram numa espécie de "folclore da desgraça". Nada melhora quando se passa para o segmento sueco, com a proliferação de anjos e de boas intenções, sem tom, nem som. É um cinema a respeitar, mas fechado nos seus próprios objectivos, numa claustrofobia pouco interessante.
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: