Facturas associam Paulo Portas ao caso Moderna

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Segundo o semanário, a segurança de Portas no congresso de Braga foi pago pela Dinensino Rui Gaudêncio/PÚBLICO

O ministro da Defesa e de Estado, Paulo Portas, terá usufruído de serviços pagos pela cooperativa Dinensino quando estava em funções no CDS-PP, noticia hoje o semanário "Expresso", que mostra três facturas que associam o líder popular ao caso Moderna. O secretário-geral do CDS/PP garantiu já que nem Portas nem a direcção do partido têm qualquer relação com as facturas da Dinensino.

Na origem da polémica estão pelo menos três facturas que surgem no processo da Universidade Moderna, em julgamento no Tribunal de Monsanto e que evidenciam situações de "aparente apropriação ilícita de dinheiro da universidade para despesas pessoais e partidárias" do actual ministro da Defesa.

Em causa estão facturas pagas pela Dinensino que terão custeado a segurança de Paulo Portas no congresso do CDS-PP que o elegeu como líder, em Braga, mas também a estadia do líder popular num hotel de Braga, onde pernoitou após o congresso.

O "Expresso" refere ainda uma terceira factura "comprometedora" para o ministro da Defesa, que provará "o pagamento à Engiarte de obras no centro de sondagens", contrariando declarações de Portas de que as obras teriam sido efectuadas pela empresa Remco, propriedade de um tio. Paulo Portas dirigiu o centro de sondagens Amostra, ligado à Universidade Moderna.

Estas facturas lançam suspeitas sobre o ministro da Defesa e podem inclusivamente colocá-lo numa posição legal de perjúrio, por alegadamente ter prestado falsas declarações ao tribunal sobre estas despesas.

O secretário-geral do CDS/PP, Luís Pedro Mota Soares, já reagiu à manchete de hoje do semanário e garantiu que nem Paulo Portas nem a direcção do PP têm qualquer relação com as facturas da Dinensino pertencentes ao processo da Moderna.

"Pela enésima vez, o 'Expresso' publica uma factura da Dinensino, cooperativa da qual Paulo Portas nunca foi cooperante, gestor ou sócio", afirmou Mota Soares, que disse ser "impossível para a direcção do CDS/PP explicar o porquê" da argumentação usada no documento, dado "nada ter tido a ver com o assunto". "Isso é um problema entre as empresas, elas é que devem saber explicar", disse.

Relativamente à factura de pagamento da estadia num hotel, Mota Soares frisou que "ela refere um hotel da zona de Braga onde Paulo Portas nunca dormiu".

"Penso que esta notícia surge no seguimento de uma outra que o 'Expresso' publicou há cerca de um ano, de um suposto cheque dirigido ao PP, sobre a qual o próprio jornal já admitiu que se enganou, dado o dinheiro ter ido parar às mãos de um arguido no processo", acrescentou.

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